Quando os contornos se neblinam à nossa volta



Escrevo essa nota as escondidas no banheiro do meu trabalho. 
Pra onde se deve correr quando o "querer" vai embora? O que se deve querer? Estou falando não apenas daquele querer que temos quando há algo especial e novo acontecendo: um projeto tão aguardado em fim tomando forma, uma inesperada conexão humana, uma aula revigorante, uma roupa nova, um hobbie novo; eu quero dizer o "querer" que move o cotidiano. A motivação de continuar viva. Comendo. Respirando. Andando. Olhando. Pensando. Processando. Sorrindo. Estando presente. Analisando. Não entendendo. Chorando. Desde que dei uma pausa nos reguladores de humor que estava tomando essa inquietude me tomou novamente. Confesso que estas últimas semanas estão sendo difíceis, embora algumas coisas tenham me dado algum orgulho, como por exemplo o blog. Mas em suma, estudar tem sido desmotivador, trabalhar nem se fala! Tudo que eu quero fazer o tempo todo é chorar e desistir de algo. Acho que desde que um dos meus gatos morreu (minha pequena Mia) em um acidente horrível, me sinto desértica. Adotara ela filhote há poucos meses. A foto que ilustra este post é a última fotinha que fizemos dela. Fiz tudo que estava em minhas mãos para salvá-la (inclusive me endividar com veterinários) mas ela precisou ir. Já havia sido muito forte.
Eu sei que sentimentos não duram, apenas quero dialogar sobre quando nos sentimos assim. O que devemos fazer com nós mesmos? Há dias que eu me vejo e francamente não sei o que fazer comigo mesma. Não há alguma solução ou proposta a se interver neste post, apenas quero deixar em aberto como me sinto. Se eu melhorar, ou melhor, quando, eu volto aqui pra contar como será ótimo estar me sentindo feliz com minhas escolhas e minha vida. 
A vida vem tomando forma de um infinito processo sinestésico; vejo texturas e ouço imagens e sinto luzes que se transformam à minha frente. Quando diante de mim contemplo meu moinho se erguendo diante do céu com todos os tijolos, hastes, ferramentas metálicas e uma hélice poderosa, penso em subir no topo e ser levada pelo vento, mas antes que eu possa, caio de joelhos de perplexidade quando a luz se apaga e as pedras do moinho se destroçam e desabam, uma por uma. Não sei tem algum sentindo. Ultimamente venho dado essa cara a minha vida. 
  1. Oi Ayla! Sinto muito por sua gatinha, tenho certeza que ela foi muito amada e eventualmente quando o luto se assentar, ela irá povoar suas memórias com felicidade. Sobre essa dúvida de como proceder quando as coisas vão ficando meio sem motivo ou propósito, é algo que convivo com certa frequência. O que às vezes me ajuda a lidar com isso é aproveitar um dia em que as coisas estejam bem e escrever literalmente sobre como as escolhas que tenho feito são com um objetivo, existe uma lógica e uma razão para se manter firme. Espero que você fique bem <3

    Garota do 330

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    1. Oi meu bem! Muito obrigada pela sua presença aqui, e muito obrigada pelas palavras. Achei ótima sua dica de escrever sobre as escolhas transformando elas em objetivo, tem um post muito bacana no seu blog que você indica animes, vou ver um deles depois, já que quero começar a ver animes e de quebra seria bom pra me distrair. Beijos!!

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